Sim... Toda a gente chora por ela, mas todos acabam por chuchar no dedo, mais cedo ou mais tarde... Aqui relata-se e denuncia-se. Veneno e má-língua são obrigatórios à entrada, e dispensa-se o uso de sapatos. Calce as chinelas, está em casa...

terça-feira, março 15, 2005

Menos dá Mais



Este é um tempo onde o canudo é um luxo, e ao mesmo tempo algo que poucas vantagens traz. De certo modo é como comprar um Ferrari em Portugal. É muito caro, e nestas estradas portuguesas só jipes é que se safam. É só atalhos pela mata…

Então mas porque é que os jovens portugueses estão presos a um ensino “pesado” e generalista por demais, com horários que começam às 8:00 e só 10 horas depois deixam os alunos em paz. É inédito. Esta sobrecarga de conhecimento traduz-se efectivamente em um aumento de conhecimento? Claro que não. Perguntem a um aluno a começar um novo ano lectivo os conteúdos programáticos do ano anterior… É para dar emprego aos milhares de professores no desemprego? A nível de recursos humanos é um erro crasso, especialmente quando há falta gritante de escolas. Para quê agremiar crianças de várias zonas suburbanas circundantes, na maior parte das vezes levando a uma perda de identificação do jovem para com a área onde cresceu e maturou-se como indivíduo, centralizando as massas humanas nas cidades, desertificando as áreas circundantes. Primeiro foi o Interior a perder para o Litoral, e agora é o “Subúrbio” a perder para a Cidade? A resposta para a falta de emprego e excesso de conteúdos programáticos é precisamente a inversão desta tendência, ou seja, a criação de mais escolas de menores dimensões, mais específicas, onde os professores não teriam de desdobrar o seu expediente em várias disciplinas e turmas, abrindo espaço para os desempregados. É óbvio que para tal são necessários fundos, mas verdade seja dita que o futuro de Portugal não são as estradas mas sim os jovens, futuros adultos do “amanhã”. De certeza que num orçamento vasto a nível de empreendimentos rodoviários há espaço para cortes e desvios de fundos em direcção à educação. Um jovem com um ensino mais breve e específico transforma-se mais rapidamente em membro da população activa, e população activa gera activos para o Estado. Vejam a Grécia e o Reino Unido, por exemplo, e perguntem-se porque sempre estivemos na cauda.

Bem hajam vossos olhos.

1 Comments:

Blogger David Fernandes said...

Pois é Maat... Eu como aluno recente (Acabei o 12º há pouco) sei do que falas... Acoradr ainda de noite, sair de casa, ter aulas tão importantes como Matemática ou Português ainda com metade do cérebro do 3º sono (E dizem os inteligentes que é de manhã que melhor se apreendem conhecimentos), ter aulas onde a maior pausa entre elas é de 15 min, almoçar, e aulas novamente, e eis que chegamos a casa... De noite! É tudo muito giro, mas o peso do nosso ensino faz algo ainda mais grave: Tira motivação aos alunos. Achas sinceramente que eu no 10º ano, depois de fazer 9 anos obrigado de sair de casa à noite e entrar à noite me sentia inspirado ou com vontade de estudar mais três anos? Não. E ainda estava numa escola priveligiada, onde as aulas acabavam às 1630...

A verdade é que o sistema de ensino precisa de uma reformulação, mas mais importante de tudo, é mentalizar o aluno que a escola é uma necessidade, e não uma obrigação...

3/19/2005 12:06:00 da manhã

 

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