Sim... Toda a gente chora por ela, mas todos acabam por chuchar no dedo, mais cedo ou mais tarde... Aqui relata-se e denuncia-se. Veneno e má-língua são obrigatórios à entrada, e dispensa-se o uso de sapatos. Calce as chinelas, está em casa...

terça-feira, abril 05, 2005

A Inoperância



No seguimento do update anterior desenvolvo o delicado tema.

O que acontece com o emprego em Portugal é que é do domínio popular que só o Funcionário Público é que vê os seus direitos prevalecerem. Todos os anos é um “festival” de manifestações organizadas pela UGT/CGTP, 99% delas dedicadas à Função Pública. Mas a realidade é que a Função Pública é uma minoria na realidade do emprego em Portugal. Todos sabem que para se ser funcionário público é preciso “conhecer” alguém na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia, e de certo que muitos já se viram numa situação em que mesmo depois de se candidatarem a uma vaga o “júri” nem sequer convoca a mandatória entrevista. Uma vergonha que todos ignoram na esperança da “cunha” calhar a eles um dia…

No sector privado outra infracção é ignorada – os contratos a termo. São reservados a casos específicos em que o posto é temporário, mas o que é certo é que TODOS os funcionários estão ao abrigo do mesmo. Apenas mais um privilégio dado às empresas que lhes dá a possibilidade de ameaçar o funcionário com o despedimento impunemente. O IDICT também pouco age. Não há inspecções regulares, e quando as fazem já há muito que as empresas o sabiam… Quando um trabalhador se dirige a uma agência do dito instituto apenas fica a saber que pouco ou nada pode fazer para se proteger.

Temo agora que a missão de extinguir as empresas em défice (saliente-se que este défice nunca atinge os administradores, pois esses têm sempre o seu ordenado a tempo e horas, e quando para abrir falência colocam todos os activos no bolso e fogem) seja interrompida pela já característica subserviência dos governos de esquerda ao sector privado.

Como exemplo da ultrajante impunidade das empresas basta ler o seu contrato, e verificar que tem quase de certeza uma cláusula que permite a empresa transferi-lo a qualquer momento para outras instalações em qualquer ponto do país. Na prática imagine-se residente no Minho a auferir o ordenado mínimo e ser transferido para o Algarve a auferir o mesmo salário. Não é preciso ser sobredotado para saber que isto só leva a uma “solução” – o Desemprego.

Bem hajam vossos olhos.

3 Comments:

Blogger Work Buy Consume Die said...

"Mas a realidade é que a Função Pública é uma minoria na realidade do emprego em Portugal."

Sem dúvida, mas é esta que pauta as remunerações dois sectores: Público e privado, logo é de vital importância que se lute para que os trabalhadores da função pública ganhem mais permitindo que os do privado também tenham melhores salários. Isso é bem patente nas reuniões de Concertação Social.

4/06/2005 02:19:00 da manhã

 
Blogger Maat said...

Agradeço o comentário e aceito que se lute pelos direitos da função pública. Apenas atento para o facto de qualquer resolução referente ao sector privado nunca é mandatória a não ser que se verifique alteração na legislação. A verdade é que o sector privado jamais tomará qualquer resolução enquanto a única obrigatoriedade salarial esteja fixada pelo salário mínimo nacional. Decerto compreende a diferença salarial entre os postos autárquicos menos remunerados e a média do privado. Como exemplo dou um tratador de piscinas municipais que há dois anos não aferia menos de 550 euros, ao passo que o salário médio de um trabalhador do sector privado ia pouco além do salário mínimo ( na altura eram 330 euros de S.M. e cerca de 425 de média).

A diferença substancial reside no facto de nas reuniões de Concertação Social a medidas do público são directamente postuladas pelo Governo ou Ministro da Tutela, ao passo que as alterações no Privado não passam de sugestões...

4/06/2005 04:01:00 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Maat, passei muito rapidamente, apenas porque me apercebi (não te vi mais no top) de que interrompeste o teu blog.
Não o falas :)
Eu gostava de vir aqui ler, apesar de não deixar comentários.
Angel (aka G.)

5/11/2005 10:34:00 da manhã

 

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